segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Sistemática filogenética


A classificação biológica diz respeito à distinção e à descrição de espécies viventes e fósseis e à organização dessas espécies em uma classificação hieráriquica com vários níveis. São usados principalmente dois métodos para classificar as espécies em grupos: os métodos fenéticos (ou fenotípicos) e os métodos filogenéticos (RIDLEY, 2006, p. 497). A classificação fenética agrupa as espécies em seus caracteres fenotípicos observáveis (op.cit.).
A classificação filogenética pretente traduzir a posição de cada organismo em relação aos seus antepassados, bom como as relações genéticas entre os diferentes organismos atuais (WIKIPEDIA, 2013).
Enquanto no primeiro sistema nada é preciso saber sobre evolução, o segundo é evolutivo; só entidades que têm relações evolutivas podem ser classificadas filogeneticamente (RIDLEY, 2006, p. 498).
O princípio filogenético classifica as espécies de acordo com a recentidade com que elas compartilham um ancestral comum. Duas espécies que têm  um ancestral comum mais recente serão agrupadas em um mesmo grupo, de grau mais baixo do que o de duas espécies que têm um ancestral comum mais distante (RIDLEY, 2006, p. 498). Quanto mais distante for o ancestral comum a duas espécies, o “ponto de encontro” na árvore filogenética, denominado por Dawkins (2009), de “concestral”, maior será a distância entre as classificações de seus respectivos agrupamentos (RIDLEY, 2006, p. 498).
No sistema de classificações filogenéticas todos os táxons devem corresponder a grupos monofiléticos, ou seja, os taxa contenha um ancestral e todos os descendentes desse ancestral e nenhum outro organismo. Isso confere um significado muito particular a essas classificações. Quando os táxons são monofiléticos, eles correspondem a entidades históricas que são descobertas, e não inventadas. A partir daí o sistemata tem a tarefa de obter cladogramas e se cria um sistema de nomes que reflita a filogenia em todos os níveis (WIKIPEDIA, 2013)
Nosso sistema de classificação segue os métodos estabelecidos por naturalistas dos séculos XVII e XVIII, especialmente os do sueco Carl von Linné. O sistema lineano expressa a Nomenclatura Binomial na designação das espécies e as organiza em categorias hierárquicas (táxons) para sua classificação (PERAZZO, 2012). A atual classificação começa, em ordem de abrangência do maior para o menor por
Reino
Filo (Divisão para plantas)
Classe
Ordem

Na zoologia, a classificação, a partir daí, segue a seguinte convenção:
Taxon
Terminação
Família
IDAE
Subfamília
INAE
Superfamília
OIDEA
Tribo
INI
Subtribo
INA

Culminando com a classificação binomial, com um nome de Gênero, no qual a espécie está classificada, seguido termo, próprio da espécie, sempre em latim. Em casos de subgêneros ou subespécies, adota-se a nomenclatura trinominal (PERAZZO, 2012).

Para representar-se as relações filogenéticas, é comum usar-se árvores filogenéticas, que são diagramas representando a ancestralidade e as relações entre os táxons (RIDLEY, 2006, p. 504).
Tais árvores podem ser enraizadas ou desenraizadas. No caso de ser enraizada, sabemos onde está o ancestral; árvores desenraizadas, ao contrário, não têm direção definida (DAWKINS, 2009, p. 159).
Quanto ao formato das árvores há dois, o cladograma, que informam somente a ordem das ramificações, e os filogramas ou árvores filogenéticas, onde o comprimento dos ramos representa a distância evolutiva; quanto mais longo o ramo, mais mudança em relação ao ancestral (DAWKINS, 2009, p. 167).
Usam-se, ainda, números ao lado dos galhos da árvore filogenética a fim de representar a probabilidade estatística da veracidade de sua informação (DAWKINS, 2009, p. 169).
Abaixo, exemplos das árvores citadas, baseados em Dawkins, 2009:

Cladograma desenraizado sobre hipótese dos parentescos entre gêneros de gibões:


Cladograma enraizado sobre hipótese dos parentescos entre gêneros de gibões, definindo o ponto mais antigo:



Filograma enraizado mostrando relações filogenéticas entre espécies de gibões, chimpanzé, bonombo e seres humanos; o comprimento dos galhos determina a distância de parentesco:

Mesmo filograma anterior, com acréscimo do grau percentual de certeza das relações descritas:



Obras consultadas:

DAWKINS, Richard. A grande história da evolução. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
PERAZZO, Giselle. Regras de nomenclatura zoológica. Uruguaiana: Unipampa, 2013.
RIDLEY, Mark. Evolução. Porto Alegre: Artmed, 2006.
Wikipedia, a Enciclopédia Eletrônica. Disponível em <http://pt.wikipedia.org>. Acesso em 15/02/2013.

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